Dr. Leonardo Spencer

Transplante capilar

Transplante capilar

VISÃO GERAL:

A calvície (a mais comum é a alopecia androgenética, que está relacionada ao hormônio masculino) é uma tendência genética que afeta mais da metade dos homens após os 40 anos de idade e muitas mulheres. Esta é uma condição que incomoda pelo aspecto mais envelhecido no caso dos homens, onde prevalece o tipo convencional ou padrão de alopecia androgenética, com perda de cabelos nas entradas e coroa, podendo evoluir para toda a porção superior da cabeça; ou um aspecto de doente ou má-nutrição nas mulheres onde o tipo principal é a alopecia androgenética difusa, deixando toda a área da cabeça mais rarefeita e com poucos cabelos.

A Alopecia não deve ter seu tratamento baseado somente na cirurgia, pois o correto diagnóstico e tratamento clínico é fundamental, tanto para tratar casos mais leves e até postergar o tratamento cirúrgico quanto para dar continuidade após o transplante capilar, mantendo e recuperando cabelos que são originais da área transplantada.

Hoje temos duas técnicas principais de transplante capilar:

  • FUE (Follicular Unit Extraction): é mais conhecida como a técnica fio-a-fio e sem cicatrizes, onde as unidades foliculares são retiradas da área doadora (parte de trás e laterais da cabeça) uma a uma e, da mesma forma, são implantadas na área calva uma a uma. Esta técnica não realiza cortes e suturas e, por consequência, não deixa cicatrizes lineares na porção de trás da cabeça. Atualmente índico em 100% dos casos masculinos e em casos femininos bem indicados (testa longa, sem alopécia difusa).
  • FUT (Follicular Unit Transplantation): é a técnica onde é retirado uma faixa de tecido da região da nuca. As unidades foliculares são retiradas desta faixa fora do corpo e são reimplantadas após este preparo. Indicada nos casos femininos difusos mais importantes, pois não há necessidade de raspar o cabelo e conseguimos, mesmo assim, uma boa quantidade de unidades foliculares para transplante.

EM QUAIS CASOS O PROCEDIMENTO É REALIZADO:

Esta decisão envolve tanto o desejo do paciente quanto a indicação do cirurgião. Sempre deve ser feito uma tricoscopia (exame de ampliação para estudar minuciosamente os cabelos e o couro cabeludo), para avaliar o quanto de unidades foliculares já foram perdidas e quais regiões já estão comprometidas permanentemente. Sempre deve ser feito uma análise entre a extensão da área a ser transplantada e quanto de cabelos a área doadora é capaz de oferecer.

RISCOS DA CIRURGIA:

Trata-se de uma cirurgia muito segura, feita sob sedação (com a presença do colega anestesista) e anestesia local, portanto com riscos mínimos.

  • FUE: 8-10 horas de cirurgia.
  • FUT: 3-4 horas de cirurgia.

COMO SE PREPARAR:

  • FUE: No dia da cirurgia, o paciente deve ir com o cabelo grande, sem raspar. O cirurgião, após marcar a área doadora e as áreas receptoras, irá raspar o cabelo imediatamente antes da cirurgia (raspa-se toda a cabeça nos casos dos homens e um quadrado na nuca no caso das mulheres que o cabelo remanescente esconde). Paciente deve estar com 8 horas de jejum absoluto e não deve estar tomando nenhum tipo de anticoagulante ou medicações para “afinar” o sangue.
  • FUT: Não é necessário raspar o cabelo nesta técnica (por isso é mais usada em mulheres), somente na faixa de cabelo que irá sair como doadora de unidades foliculares. Também é necessário o jejum de 8 horas e cuidados com medicações anticoagulantes.

A VIDA APÓS O PROCEDIMENTO:

Somente 2 dias depois da cirurgia o paciente já pode retornar às suas atividades, com exceção de sol e atividades físicas, que solicito um período de 30 dias.

Importante ressaltar que estes cabelos implantados (bem como alguns originais da região receptora) irão cair. Eles crescem por cerca de 3-4 semanas, entram em uma fase de “hibernação” chamada telógena e caem. Vão ficar “adormecidos” por cerca de 3-4 meses nos homens e por 5-6 meses nas mulheres até começarem a nascer definitivamente, aí então não caindo mais. 

Com 6 meses de pós-operatório os homens têm cerca de 50% dos fios já nascidos e, após isso, a cada mês cerca de 8-10% a mais de fios vão nascendo, tendo o resultado por volta de 12 meses (1 ano após a cirurgia).

Nas mulheres o resultado demora mais um pouco pois o ciclo de crescimento capilar é diferente, e o resultado se dá entre 18-24 meses (1 ano e meio a 2 anos).

Texto preparado pelo Dr. Leonardo Spencer, membro do Comitê Científico do Hospital Blanc.