Hoje é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, dia de comemorar a luta daqueles que largaram esse vício e conscientizar aqueles que ainda são reféns do cigarro.
O tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência física, psicológica e comportamental à nicotina. Porém, junto dela são inaladas mais de 4.720 substâncias tóxicas, inclusive substâncias cancerígenas, que também estão presentes no cigarro.
Ele pode causar mais de 50 diferentes doenças, inclusive câncer, afetando diversos órgãos do corpo como: coração, pulmões, vasos sanguíneos, boca, faringe, esôfago, estômago, intestino, bexiga, pâncreas, fígado, laringe, rins e colo do útero.
Em 85% dos casos, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados do tabaco e de acordo com o Ministério da Saúde, os fumantes, comparados aos não fumantes, apresentam um risco 10 vezes maior de adoecer dessa mesma doença. Com o diagnóstico dos tumores, a cirurgia para remoção deles é uma opção.
É válido ressaltar que, os não fumantes que convivem em ambientes onde há o uso do cigarro, são tão prejudicados quanto os que fumam diretamente, e correm o risco de ter as mesmas doenças que os fumantes. As crianças que convivem nesses ambientes são muito afetadas, pois elas respiram mais rápido, aumentando a incidência de pneumonia, bronquite, agravamento de asma, além de uma maior probabilidade de desenvolvimento de doença cardiovascular na idade adulta. Por isso, é muito importante conscientizar sobre esse assunto, pois o fumante acaba prejudicando não somente a sua saúde, mas também das pessoas ao seu redor.
Perguntamos para a Patricia Juchem, cirurgiã torácica do Blanc Porto Alegre: “Parando de fumar é possível voltar a ter a mesma saúde, ou é irreversível?” Ela nos respondeu que:
“Infelizmente as lesões provocadas pelo cigarro nos nossos órgãos não melhoram com o fato de parar de fumar, mas cessa a lesão assim que se para de consumir os derivados do tabaco. Como o câncer de pulmão tem uma sobrevida em 5 anos de 18%, com certeza vale muito a pena largar esta dependência!”
É importante lembrar como o nosso corpo funciona após o abandono do cigarro, melhorando quase que imediatamente: após 20 minutos, a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal e depois de 2 horas, não há mais nicotina circulando no sangue. Após 8 horas, o nível de oxigênio no sangue se normaliza e em torno de 12 a 24 horas depois, os pulmões já funcionam melhor. Depois de 2 dias, os sentidos do olfato e paladar ficam mais aguçados e após 3 semanas, a respiração se torna mais fácil e há uma melhora na circulação. Após 1 ano, o risco de morte por infarto é reduzido pela metade e em torno de 5 a 10 anos depois de parar de fumar, o risco de infarto é igual ao de pessoas que nunca fumaram.
Hoje em dia, o uso de cigarros pelos mais jovens foi substituído pelo cigarro eletrônico, que é tão ruim ou pior que o cigarro comum. Essa troca muitas vezes é feita pelo pensamento que, esses cigarros eletrônicos não tem nicotina, por isso não fazem mal à saúde. A doutora Patrícia tira essa dúvida:
“Os cigarros eletrônicos são mais agressivos que o cigarro comum pois contém mais produtos tóxicos que são inalados junto com a nicotina! Eles podem causar envenenamento, convulsões, dependência química, psíquica e comportamental, traumas e queimaduras por explosões e doenças respiratórias como a síndrome respiratória aguda grave.”
Por isso, é importante conscientizar que, nenhum tipo de cigarro faz bem à saúde, muito pelo contrário, ele contribui para o agravamento de doenças pulmonares e o surgimento de outras doenças no corpo todo. Deve-se pôr na balança: vale a pena manter esse hábito e colocar em risco a sua saúde e das pessoas ao seu redor?