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O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, superado apenas pelo câncer de pele. Estima-se que uma a cada seis homens vai desenvolver a doença ao longo da vida. O tumor pode surgir a partir do envelhecimento, sendo que aproximadamente 75% dos casos ocorrem após os 65 anos de idade.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2021, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. Ainda hoje, mesmo com a evolução dos métodos diagnósticos e dos tratamentos, muitos homens vão ao óbito em decorrência das complicações desta doença . 

Nesse contexto, campanhas como o Novembro Azul são muito importantes, tanto para informar quanto para incentivar os homens a realizar as avaliações anuais de prevenção e conscientização da saúde masculina, a fim de evitar o diagnóstico de câncer de próstata em fase clínica avançada.

Quer esclarecer todas as suas dúvidas sobre o câncer de próstata? Então confira este artigo do Blanc Hospital! 

 

Quais são os fatores de risco?

 

Segundo o Dr. Alberto Stein, urologista e membro do corpo clínico do Blanc Hospital, os principais fatores de risco para o câncer de próstata são: histórico familiar (pai e/ou irmão com câncer de próstata), idade avançada, obesidade e ingestão de alimentos ricos em gordura animal, além da exposição a agrotóxicos, produtos derivados do petróleo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas, bem como a elementos comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio.

No entanto, assim como existem fatores de risco associados à doença, há também recursos protetores, conforme o Dr. Stein: “Uma dieta rica em frutas, legumes, verduras, grãos e cereais integrais, além de baixo teor de gordura, principalmente animal, parece exercer uma proteção contra a gênese do câncer de próstata”.

 

Quais são os sintomas da doença?

 

 

Na grande maioria dos casos de câncer de próstata, os pacientes não apresentam sintomas. De acordo com o Dr. Stein, a doença tem uma evolução silenciosa. 90% dos homens diagnosticados não relatam queixas relacionadas ao tumor. 

Na grande maioria dos casos, o paciente só vai apresentar sintomas, tais como dor óssea, sintomas urinários, sangramento e perda da função renal, quando a doença for metastática (disseminada pelo corpo) ou quando ela estiver localmente avançada (o tumor cresceu, envolvendo outras estruturas, como a bexiga e a uretra)”, explica.

O Dr. Stein ainda ressalta que sintomas como levantar à noite para urinar, fazer força para urinar, urinar várias vezes durante o dia e/ou a noite, incontinência urinária e retenção urinária, entre outros, estão na imensa maioria das vezes relacionados à hiperplasia benigna da próstata, que é a doença mais comum no órgão. A hiperplasia, no entanto, deve ser avaliada, diagnosticada e tratada para evitar futuras complicações. 

 

Quem deve fazer a avaliação da próstata?

 

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), é indicada a avaliação da próstata de todos os homens a partir dos 50 anos de idade e aqueles que apresentam histórico familiar de câncer de próstata, a partir dos 45 anos. Além disso, o médico sempre deve discutir com o paciente os prós e os contras da avaliação, do diagnóstico precoce ou tardio e dos tratamentos contra a doença.

 

Como deve ser feita a avaliação da próstata?

 

De acordo com o Dr. Stein, a avaliação é feita através da dosagem do PSA (antígeno prostático específico) no sangue e do exame físico (toque retal), que é indispensável. Em cerca de 30% dos homens que têm câncer de próstata, os níveis de PSA estão dentro dos valores considerados normais. Por isso, sem o exame físico, o diagnóstico desse tumor poderia não ser feito. 

 

Quando deve ser feita a reavaliação da próstata?

 

Quanto à frequência dos exames, o Dr. Stein explica: “A reavaliação das doenças da próstata é feita anualmente e, em casos de maior risco, pode ser feita a cada 6 meses. Pacientes que foram operados da próstata por doença benigna (hiperplasia) devem fazer a reavaliação seguindo os mesmos critérios, como se não tivessem passado por cirurgia”.

 

Como o diagnóstico de câncer de próstata é feito? 

 

O Dr. Stein esclarece que, sob suspeita de câncer de próstata, o paciente deve ser submetido à biópsia da próstata guiada pela ultrassonografia transretal (USTR). “Atualmente, utilizamos a ressonância nuclear magnética (RNM) multiparamétrica para avaliar a próstata, permitindo identificar as formas mais agressivas do tumor. Com a técnica de fusão de imagens (RNM+USTR), fazemos a biópsia”, relata o urologista.

Quando há o diagnóstico de câncer de próstata, o paciente deve ser estadiado (avaliação realizada para identificar se o tumor está localizado, localmente avançado ou disseminado), para só então o médico determinar o tipo de tratamento mais adequado ao caso.

 

Como tratar o câncer de próstata?

 

 

Recentemente, o melhor entendimento dos tumores de próstata a partir da utilização de imagens (RNM) orientando a biópsia possibilitou individualizar e classificar a doença (baixo ou alto grau) e determinar o melhor tratamento para os pacientes”, avalia o Dr. Stein.

Além disso, o médico salienta que a escolha do tratamento leva em conta muitos parâmetros, como idade, doenças associadas, expectativa de vida e estadiamento clínico, bem como a agressividade do tumor. “Em casos em que o paciente é classificado com doença de baixo grau , após preencher vários requisitos e haver ampla discussão, ele pode ser incluído na forma de tratamento conhecida como vigilância ativa, em que ele é acompanhado e refaz os exames em períodos predeterminados. A qualquer sinal de progressão da doença, o paciente será tratado. É importante lembrar também que uma parcela deles, em um curto espaço de tempo, vai acabar realizando algum tipo de tratamento, como cirurgia ou radioterapia”, detalha o urologista.

De acordo com o médico, os pacientes com câncer de próstata de alto grau, doença localizada e cuja expectativa de vida é maior que 10 anos, devem ser tratados e a cirurgia prostatectomia radical (retirada completa da próstata e das vesículas seminais) ainda permanece sendo a melhor opção. 

Atualmente, a cirurgia robótica, quando realizada por uma equipe experiente, traz ao paciente todos os benefícios da cirurgia minimamente invasiva, como menor tempo de hospitalização e recuperação mais rápida. Além disso, vislumbra um futuro com melhores taxas de potência e continência urinária, em comparação às técnicas convencionais. Em alguns casos, como doença localmente avançada e/ou metastática, devemos associar profissionais, como oncologistas e radioterapeutas, para tratar esses tumores”, esclarece.

 

 

O Dr. Alberto Stein reforça, ainda, que a melhor forma de prevenir as complicações do câncer de próstata é fazer o diagnóstico precoce e tratá-lo adequadamente. Por isso, o Novembro Azul é uma campanha tão importante, pois tem como objetivo informar e lembrar os homens da relevância dos exames preventivos. Afinal, a prevenção promove qualidade de vida e ajuda a salvar muitas vidas.

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Alberto Stein. MD, MsC, PhD. Médico urologista, Graduado em medicina pela UFSM, com residência em urologia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Mestrado e Doutorado pela UFRGS. Atua na área de Urologia Minimamente Invasiva, uro-oncologia e infertilidade. Membro da Sociedade Brasileira de Urologia, da Sociedade Americana de Urologia e da Sociedade Internacional de Preservação da Fertilidade. Empreendedor e pesquisador na área de biotecnologia (FK Biotec e Imunobiotech).