O cálculo na vesícula, popularmente conhecido como pedra na vesícula, é uma patologia causada pela presença indesejada de massa sólida tanto no órgão quanto nos ductos biliares. Quando os sintomas aparecem, é necessário realizar a retirada da vesícula biliar através de um procedimento cirúrgico chamado de colecistectomia. 

A vesícula biliar tem um papel importante para a digestão, sendo responsável por armazenar a bile. O órgão fica localizado junto ao fígado e, quando cálculos se alojam nele ou nos seus ductos, a substância armazenada tem dificuldade para percorrer o caminho natural, o que pode desencadear muitas dores e uma série de inflamações.

A partir do diagnóstico médico, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para a retirada da vesícula, o que não compromete o processo digestivo. Quer saber mais sobre quando a cirurgia para a retirada de cálculos na vesícula é indicada? Então acompanhe este artigo que o Blanc Hospital preparou para você!

 

Momento indicado para a cirurgia 

De acordo com o médico-cirurgião Fabio Santarosa, a cirurgia para o tratamento dos cálculos na vesícula é, em geral, um procedimento cirúrgico de caráter eletivo, ou seja, com data planejada e com a realização de um check-up pré-operatório. É muito difícil a realização da cirurgia em um momento de crise aguda. 

“A partir do momento em que se faz o diagnóstico de colelitíase (cálculos ou pedras na vesícula), independentemente de sintomas, é indicado iniciar o planejamento para a remoção da vesícula biliar. A mesma recomendação cirúrgica é válida para o paciente que apresenta pólipos na vesícula”, esclarece o médico.

Segundo o Dr. Fábio, “devido ao menor índice de sintomas pós-operatórios, principalmente dor, o que favorece um retorno precoce às atividades cotidianas e possibilita uma melhor recuperação, é preferível realizar um procedimento eletivo”. Isso porque, em períodos de crise, há uma inflamação na vesícula, tornando a operação mais difícil e podendo ocorrer, por exemplo, sangramentos mais acentuados, o que prejudica o “campo cirúrgico” por conta da dificuldade de visualização e de identificação das estruturas anatômicas. 

 

O passo a passo cirúrgico

Muitas pessoas não sabem como funcionam as principais etapas da cirurgia de remoção da vesícula biliar. Por isso, o Dr. Fabio resumiu o processo: “através de uma punção (introdução de uma agulha especial) na região periumbilical, a cavidade abdominal é inflada com gás e, logo após, introduz-se uma câmera filmadora, de modo a criar o espaço de trabalho chamado de ‘campo cirúrgico’. O procedimento é realizado mediante visualização em um monitor de TV, método chamado de videolaparoscopia“.

Além disso, segundo explica o médico-cirurgião, após a realização de pequenas incisões na parte superior e na lateral direita do abdômen, que são feitas para introduzir os instrumentos cirúrgicos na cavidade abdominal, disseca-se a vesícula biliar e a sua conexão com a via biliar principal ou a via biliar extra-hepática. Esse ligamento é fechado com um clipe metálico cirúrgico e a vesícula é removida, sendo extraída por uma das incisões. Os cálculos contidos no interior da vesícula são fragmentados para facilitar a retirada.

 

Pós-operatório

É uma cirurgia realizada em caráter ambulatorial, segundo esclarecimento do Dr. Fabio, com alta no mesmo dia, logo após a recuperação anestésica. Alguns sintomas, como tontura, náusea e até vômito, comuns em qualquer procedimento com anestesia geral, podem ocorrer nos primeiros momentos, passando depois da metabolização e da eliminação dos medicamentos. 

“Devido ao pneumoperitônio, gás insuflado dentro do abdômen, e às drogas anestésicas, é normal uma diminuição no ritmo do trânsito intestinal, então a dieta deve ser leve, dando-se preferência a alimentos de fácil digestão e em pequenas quantidades. Mesmo com bastante apetite, é preciso ter moderação na fase inicial. Além disso, é muito importante a ingestão de líquidos para manter a hidratação”, resume o médico. 

Segundo o Dr. Fabio, também é indicado o uso de analgésicos leves, pois a dor pode variar conforme as características de cada indivíduo, sendo incomum dores fortes no abdômen. Alguns pacientes, entre 5% e 10%, podem apresentar uma dor forte no ombro direito no primeiro dia de pós-operatório. Isso se deve a uma pequena quantidade de gás residual que pode permanecer na cavidade abdominal. No entanto, o gás é completamente absorvido em cerca de 48 horas. O uso de analgésicos associado ao deitar de barriga para cima aliviará o incômodo rapidamente. 

Além disso, de acordo com a explicação do médico-cirurgião, cerca de 30% dos pacientes podem permanecer com algum grau de disfunção no trato digestivo, como, por exemplo, aumento na frequência das fezes após a alimentação. “Essa alteração geralmente se normaliza espontaneamente nos primeiros meses após a cirurgia”, elucida.

 

Possíveis riscos  

“As intercorrências pós-operatórias de maior significado, embora incomuns, estão diretamente relacionadas ao estado geral do paciente. Assim, aqueles que apresentam, por exemplo, idade avançada, hipertensão com controle inadequado, uso de anticoagulantes, diabetes com controle irregular, obesidade, entre outras particularidades, têm um risco cirúrgico maior em relação ao indivíduo que não manifesta doenças prévias. Isso posto, fica claro que é necessária uma revisão da condição pré-operatória de cada enfermidade, elegendo o momento da cirurgia apenas quando o paciente se encontra na melhor condição possível”, explica o Dr. Fabio. 

Mesmo sendo um procedimento de baixa complexidade, a colecistectomia videolaparoscópica pode se tornar uma cirurgia difícil, especialmente quando há uma variação anatômica não descrita nos exames de imagem. No entanto, essa condição é bastante rara.

Portanto, caso você venha a apresentar qualquer sintoma associado aos cálculos na vesícula, procure um médico capacitado e verifique a possibilidade de realização do procedimento cirúrgico de retirada do órgão. No Blanc Hospital, além de poder contar com um corpo clínico altamente especializado e experiente, você tem à sua disposição um núcleo hospitalar seguro, inovador e tecnológico, capaz de proporcionar a você a melhor experiência em saúde. 

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